São Paulo - Mais de um terço da população brasileira (39%), considera o transporte público muito ruim ou ruim, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgado nesta segunda-feira (24). A pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social: Mobilidade Urbana entrevistou 2.770 brasileiros em todos os estados e no Distrito Federal.
Nacionalmente, 31,3% acham o transporte regular e somente 2,9% consideram muito bom. A região Sudeste tem o menor percentual de entrevistados que acham o transporte muito bom, 1,8%; e a Norte tem o maior, com 7,6%.
O transporte público é utilizado por 44,3% da população. São cerca de 85 milhões de brasileiros, que estão preocupados com a rapidez, o custo e a disponibilidade de mais de uma forma de se deslocar. O uso de carros aparece em segundo lugar com com 23,8%, e o de motocicletas em terceiro com 12,6%. O percentual de pessoas que se locomovem a pé é de 12,3% e a bicicleta aparece como última opção, com 7%.
Para o presidente do Ipea, Márcio Pochmann o resultado da pesquisa indica uma discrepância de avaliação do transporte público. "As pessoas de menor renda que tem o transporte público como principal deslocamento, o valoriza muito mais. Enquanto os de maior renda tendem a valorizar mais o individual, não percebendo o público como uma alternativa de deslocamento".
Crescimento do transporte individual
Ônibus lotados, pouca ou quase nenhuma interligação entre os meios de transporte e o custo elevado resultaram no crescimento da frota de veículos individuais. Entre 2000 e 2010, a frota de motocicletas, por exemplo, passou de quase 4 milhões para 14 milhões, cerca de 242% de aumento. "Por ter um custo menor que o do automóvel, ela é escolhida e acaba sendo a alternativa para a população de menor renda que opta pelo transporte individual", explica Pochmann.
Em percentuais, também fica evidente a preferência pelo individual. Enquanto a frota de automóveis e motocicletas aumentaram, respectivamente, 83% e 284% em de 2000 a 2010, a opção ônibus ficou em 70%. "Pela proporção, para cada ônibus novo colocado em circulação, apareceram 52 automóveis", exemplificou Pochmann.
Um outra consequência do aumento do transporte individual é o crescimento do número de congestionamentos e do tempo de deslocamento das pessoas pelas cidades. A regiões Sul e Sudeste são as que apresentam mais problemas. Na Sul 21,9% dos entrevistados disseram enfrentar mais de um congestionamento por dia. Já na Sudeste, o percentual foi de 21,6%.
Em percentuais, também fica evidente a preferência pelo individual. Enquanto a frota de automóveis e motocicletas aumentaram, respectivamente, 83% e 284% em de 2000 a 2010, a opção ônibus ficou em 70%. "Pela proporção, para cada ônibus novo colocado em circulação, apareceram 52 automóveis", exemplificou Pochmann.
Um outra consequência do aumento do transporte individual é o crescimento do número de congestionamentos e do tempo de deslocamento das pessoas pelas cidades. A regiões Sul e Sudeste são as que apresentam mais problemas. Na Sul 21,9% dos entrevistados disseram enfrentar mais de um congestionamento por dia. Já na Sudeste, o percentual foi de 21,6%.
Transporte e escolaridade
O estudo mostra que quanto maior a escolaridade mais insatisfação em relação a qualidade do transporte. Somente 20,1% das pessoas com nível superior completo ou incompleto e com pós-graduação acham o transporte muito bom e bom. Em contrapartida 34,9% dos entrevistados que tem até a quarta série do primeiro grau dividem a mesma opinião. Mais da metade desse público de maior escolaridade, cerca de 52%, opta pelo automóvel como forma de substituição ao transporte público.
Na parcela da população com menor escolaridade, até a quarta série do primeiro grau, temos 49,9% utilizando o transporte público e 20,7% usando moto como seu principal meio de deslocamento.
Para Pochmann há espaço para políticas públicas que visem a redução do peso do custo do transporte que representaria um ganho de renda para as famílias, principalmente as de baixa renda. "A população mostra-se interessada em usar o transporte público, mas opta pelo transporte individual pela falta de qualidade. No curto prazo, a ênfase no transporte individual pode ser menos onerosa ao poder público. Mas no longo prazo representa um custo elevado, inclusive de qualidade de vida e produtividade", avalia.
Na parcela da população com menor escolaridade, até a quarta série do primeiro grau, temos 49,9% utilizando o transporte público e 20,7% usando moto como seu principal meio de deslocamento.
Para Pochmann há espaço para políticas públicas que visem a redução do peso do custo do transporte que representaria um ganho de renda para as famílias, principalmente as de baixa renda. "A população mostra-se interessada em usar o transporte público, mas opta pelo transporte individual pela falta de qualidade. No curto prazo, a ênfase no transporte individual pode ser menos onerosa ao poder público. Mas no longo prazo representa um custo elevado, inclusive de qualidade de vida e produtividade", avalia.
O presidente do Ipea defende também a elaboração de uma política nacional que direcione investimentos em metrô, veículo leve sobre trilhos (VLT) e trem.
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/2011/01/ipea-aponta-que-39-da-populacao-esta-insatisfeita-com-transporte
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