RIO - Indignados pelas declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), internautas usam as redes sociais para divulgar abaixo-assinados pedindo a cassação do mandato do político, por quebra de decoro parlamentar e por violação de preceitos constitucionais. Na segunda-feira à noite, Bolsonaro disse, em entrevista ao programa "CQC ", que seus filhos não 'correm risco' de namorar negras ou virar gays porque foram 'muito bem educados'.
No Twitter, os links dos documentos on-line são compartilhados por usuários que utilizam o marcador #forabolsonaro para demonstrar seu repúdio às declarações de Bolsonaro. O uso da hashtag é tão intenso que foi parar nos Trending Topics do Brasil (TTs), lista dos assuntos mais comentados pelos usuários da rede, na manhã desta quarta.
"O Brasil não merece e não precisa de parlamentares preconceituosos e que não tenham respeito pelo ser humano. #FORABOLSONARO", escreveu o internauta Bruno Vaz Diniz (@_Bruns_).
O twitteiro Zé Guilherme Moraes (@BigZMoraes) faz coro:
"#forabolsonaro essa é a TT da década! Carioca que vota no Bolsonaro tinha que se envergonhar mais do que qualquer outra coisa! Que imbecil!"
O documento iniciado pelo internauta Allan Johan, de Curitiba, no site Change.org , já conta com mais de 3.500 assinaturas que apoiam a cassação do deputado federal. No página da Petição Pública , 138 pessoas demonstram seu apoio à abertura de processo contra o político. Este mesmo link é compartilhado na página do evento "Protesto Contra Bolsonaro!", no Facebook , onde mais de 8.300 pessoas aderiram ao movimento.
Alvo das manifestações de twitteiros, os filhos de Bolsonaro usaram seus perfis no microblog para defender o pai das acusações na rede. O vereador Carlos Bolsonaro chama de "oportunistas" os que, segundo ele, estão "forçando a barra em cima do que não existe".
"Papai mandou, eu obedeço com muito orgulho. Se os filhos respeitassem os pais nos dias de hoje, certamente teríamos um país melhor", escreveu ele, para depois completar: "Enquanto discordar de que crianças de 7 anos aprendam lições de homossexualismo for mais grave do que ser ladrão, o Brasil estará perdendo".
Já o deputado estadual pelo Rio Flavio Bolsonaro enfatiza que seu pai se confundiu ao ouvir a pergunta de Preta Gil, sobre o que faria se seu filho namorasse uma negra:
"Entendam, ele não tem aquela opinião sobre negros, a resposta foi para pergunta 'se um filho seu tivesse um relacionamento gay'".
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/03/30/internautas-organizam-no-twitter-no-facebook-abaixo-assinado-pela-cassacao-de-jair-bolsonaro-924122395.asp
Eduardo Bresciani, do estadão.com.br
No dia seguinte a um grupo de deputados iniciar um movimento pedindo sua punição, Jair Bolsonaro (PP-RJ) voltou a fazer declarações polêmicas ao chegar para o velório do ex-vice-presidente José Alencar no Palácio do Planalto. Desta vez o alvo foi o preferido do parlamentar, o movimento gay.
“Estou me lixando para o movimento gay. O que eles têm para oferecer? Casamento gay? Adoção de filho por gay? Nada disso acrescenta nada”, disse Bolsonaro.
Na tarde desta quarta-feira, 30, a OAB-RJ protocolou representação na Câmara por quebra de decoro parlamentar contra o deputado, por considerar as declarações de teor homofóbico e racista. No texto, o presidente Wadih Damous solicita a apuração do episódio e a aplicação de sanções cabíveis, que podem levar à cassação de Bolsonaro.
O deputado voltou a afirmar que houve um erro na sua resposta a Preta Gil no programa CQC da TV Bandeirantes. No programa, o deputado tratou como “promiscuidade” a possibilidade de seu filho se casar com uma negra. “Eu fui entrevistado por um laptop. Minha resposta não foi àquela pergunta. O que eu entendi, por Deus do céu, era o que eu achava de um filho casar com gay”.
O parlamentar disse não ter medo da ação de seus adversários que pediram uma investigação contra ele na Corregedoria da Casa. “Soldado que vai a guerra e tem medo de morrer é covarde”.
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2011/03/30/estou-me-lixando-para-o-movimento-gay-diz-bolsonaro/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Lembrem-se: comentários anônimos não podem ser respondidos.
Caso necessite, entre em contato com a gente via e-mail ou clique aqui