Dia 25 de agosto será a data em que petroleiros e trabalhadores dos Correios irão reivindicar suas pautas especificas da Campanha Salarial 2010. Estas categorias prometem para esta data um dia de luta e mobilizações.
Estes trabalhadores, cujas datas base são nos meses de agosto e setembro, já começaram a negociar com as empresas e o governo. Diante das propostas rebaixadas, vão à luta por seus direitos.
Na Petrobrás - A FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) realizará no dia 25 paralisações parciais em todas as bases organizadas pelo conjunto de sindicatos que integram a Federação. Os trabalhadores rejeitaram a proposta apresentada pela empresa por não refletir suas necessidades.
Refinarias e plataformas de petróleo de diversos estados vão parar. Em São Paulo, trabalhadores das refinarias de São José dos Campos e Litoral Paulista vão cruzar os braços. Estão previstas paralisações também nos estados do Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, Alagoas, Sergipe, Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá.
O diretor da FNP, Clarkson Nascimento, disse que as assembléias realizadas até o momento refletem a insatisfação dos trabalhadores com a postura da empresa que beneficiou até agora, somente os cargos de chefia. “A Petrobrás deu uma gratificação para as chamadas funções gerenciais. Neste acordo, 9.500 pessoas que possuem cargos de gerente, encarregado, supervisor, receberam bônus 60%, o que gerou uma grande indignação dos trabalhadores”, informou o diretor, acrescentando que esta medida revoltou a grande parcela da categoria que ficou de fora da bonificação. “Este medida divide os trabalhadores e impulsionará a mobilização do dia 25”, salientou.
A categoria reivindica perdas salariais acumuladas no governo FHC, ganho real de 10% além da inflação e melhoria no plano de assistência médica. A empresa apresentou somente o IPCA como reajuste e “aumento real” de 2% na tabela da RMNR (Remuneração Mínima por Nível e Regime) e 80% de bônus de uma remuneração. Isto também prejudica os aposentados e pensionistas, uma vez que não são contemplados por remunerações variáveis.
Para Nascimento, a proposta apresentada pela empresa é rebaixada, pois nos últimos anos foram acumulados ganhos de R$ 16 bilhões às custas dos trabalhadores.
O dirigente disse que a proposta também foi rejeitada pelas bases da FUP (Federação Única dos Petroleiros), e que, dificilmente será aceita nas assembléias que ocorrerão até o dia 3 setembro, data em que a empresa apresentará nova proposta.
Também no dia 3 de setembro a FUP organizará paralisações de oito horas nas bases. “Nós da FNP vamos nos unir a esta paralisação e vamos propor um calendário unificado para fortalecer as mobilizações da categoria”.
Nos Correios - Os trabalhadores dos Correios lutam contra o acordo bianual assinado na Campanha Salarial do ano passado pela maioria da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios, Telegráfos e Similares) que prevê a realização da campanha só em 2011. Mesmo diante desse golpe, continuam firmes e determinados. Organizados pelo Bloco de Oposição à maioria da Fentect, também no dia 25 de agosto, farão um grande ato em Brasília. A mobilização será em frente à sede dos Correios.
Os ecetistas vão protocolar a pauta de reivindicações que, além da campanha salarial 2010, exige reposição da inflação dos últimos 12 meses que equivale a 5,21%, aumento real de salário de R$ 300 linear para toda categoria, contra a privatização dos Correios S.A, pela imediata realização de Concurso Publico e reposição das perdas salariais dos últimos anos que atingem 35%.
Segundo diretor da Oposição dos Correios da CSP-CONLUTAS, Geraldo Rodrigues, todas estas propostas foram aprovadas pela maioria dos sindicatos que compõem o Bloco. “Para nós da Oposição dos Correios da CSP-CONLUTAS, o dia 25 será muito importante e determinante para realizarmos a campanha salarial extraordinária em 2010. Com luta e perseverança conseguiremos derrotar o acordo bianual, assinado pela pelegada da maioria da Fentect”, disse.
A privatização dos Correios, que tanto assombra a categoria, não foi mais colocada em pauta pelo governo, porém Rodrigues alerta que isso aconteceu devido às eleições. “Avaliamos que após as eleições, independente de quem ganhar, Dilma ou Serra, o projeto de privatização dos Correios voltará à ordem do dia, portanto a nossa luta continua em defesa dos correios 100% estatal público e de qualidade”.
Após o dia 25 o Bloco de Oposição irá distribuir informativos com a pauta e os principais eixos da campanha salarial aprovada na base da categoria em todo país.
No dia 1° de setembro ocorrerá a assembléia de avaliação da campanha salarial e votação do indicativo de greve. No dia 3 de setembro, haverá reunião do bloco em Brasília e nos dias 4 e 5 o Bloco de Oposição participará do CONSIN ( Conselho dos Sindicatos da Fentect).
Este calendário de luta da categoria vai até o dia 15 de setembro, data em que convocam a greve geral dos trabalhadores dos Correios.
O diretor da Oposição dos Correios da CSP-CONLUTAS faz um chamado a todos os trabalhadores ecetistas. “Nas assembleias do dia 1° de setembro, caso a empresa não atenda nossas reivindicações, vote com a oposição a greve geral por tempo indeterminado para o dia 15 de setembro. Vamos lutar juntos, por nossos diretos”, finalizou.
Da redação
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