Jornada Nacional de Lutas Contra Despejos acontece de 20 a 23 de setembro
No período de 20 a 23 de setembro, a Resistência Urbana - Frente Nacional de Movimentos realiza uma jornada de lutas com manifestações em 12 estados, nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Essa mobilização vai dar uma resposta à ofensiva do capital imobiliário no Brasil e à brutalidade das ações de despejo que ocorrem e se intensificarão em nosso país.
A jornada defende a garantia de moradia digna para todos, sem despejos e remoções; o combate à repressão e à criminalização da pobreza; uma política de desapropriações de imóveis vazios e medidas de combate à especulação imobiliária; além de exigir a construção de moradias populares e uma reforma urbana voltada à classe trabalhadora.
A enganação do governo - Atualmente é o setor imobiliário um dos que tem maior movimentação financeira no país. Empreendimentos e obras públicas estão sendo construídos em larga escala, principalmente nas metrópoles. Sob a bandeira do “crescimento econômico”, para realizar tais obras, as empreiteiras e construtoras, em conjunto com o governo federal, retiram comunidades inteiras de seu local de origem e as enviam para regiões cada vez mais afastadas dos centros urbanos. O direito espacial da cidade é privatizado e elitizado, e aumenta a desigualdade social no Brasil.
Esta é a verdadeira face da política federal de habitação, que não atende à população de baixa renda. Têm sido constantes as ações de violência e despejos contra milhares de famílias que lutam pelo direito à moradia. Truculências protagonizadas pelos governos federal, estaduais e municipais, com o único objetivo de beneficiar a especulação imobiliária.
Este cenário deve agravar-se nos próximos anos, com a preparação para a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2012. As cidades sedes irão passar por um “embelezamento” voltado ao turismo em detrimento do direito à vida e à moradia. Serão construídos estádios, centros esportivos e avenidas. Aeroportos serão ampliados. Tudo isso viabilizado a base de muitos despejos e da criminalização da pobreza.
Foi assim que aconteceu com o Pan Americano, no Rio de Janeiro, onde se criou a imagem de uma cidade, em que não se viam favelas e nem violência. Essa maquiagem se deu por meio da força, da repressão policial, de despejos, e muros que esconderam favelas, garantindo que os pobres permanecessem no “seu devido lugar”.
Essa luta é nossa - Por este motivo, a Jornada de Lutas contra Despejos não é uma mobilização somente dos movimentos populares. Essa luta é de todos nós, para garantir que a cidade seja um espaço igualitário, comum a todos.
A CSP-CONLUTAS está mergulhada na preparação dessa jornada juntamente com os que lutam. Os que lutam por salário e em defesa da liberdade de expressão e de organização dos movimentos contra a repressão dos governos, dos patrões e dos empreiteiros.
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